iPhone: Sucesso ou Fracasso?

O lançamento do iPhone será certamente um dos momentos do ano; resta saber se para o bem ou para o mal. A euforia em torno do novo gadget da Apple é tal que só pode resultar num sucesso exemplar ou num fracasso estrondoso.

Os Ries já assumiram uma posição acerca do tema advogando o mais que provável fracasso do iPhone. Porquê? Porque como defendem no livro “The Origin of Brands” a, sempre em voga, convergência não é o modo ideal de fazer avançar a tecnologia. Tal como nas espécies animais, a divergência é o passo certo no caminho evolutivo. A opinião de Al Ries pode ser vista neste vídeo no The Ries Report – que o Morph já havia assinalado num post sobre este mesmo tema; enquanto que a opinião da sua filha Laura pode ser lida no seu blog Origin of Brands.

Pessoalmente, penso que o iPhone terá dificuldades em tornar-se um sucesso, não pelo factor convergência, mas sim porque existem soluções melhores – ainda que visualmente não tão apelativas e sem o touch screen – no mercado! É provável que o hype inicial catapulte o gadget da Apple para o sucesso, mas a longo prazo irá perder pontos com a comparação com os smartphones da Nokia e com os telemóveis da nova geração 3,5G. Obviamente que tal poderá ser combatido com versões mais avançadas. Um outro factor relevante, será o da distribuição: a Apple não pode cometer o erro de não vender o iPhone como um telemóvel e restringir a sua venda a lojas da marca ou aos locais de venda dos iPods; por outro lado, vendê-lo como apenas mais um telemóvel não irá permitir diferenciá-lo. Os acordos com os operadores são outro ponto crucial, mas aí estou em crer que não serão feitos acordos de exclusividade que restrinjam o mercado ao iPhone.

A solução que eu adoptaria seria a de vender o produto como um smartphone mais direccionado para o entretenimento. O mercado empresarial tem na série N da Nokia produtos mais fiáveis como instrumentos de trabalho, enquanto a relação telemóvel + leitor de mp3 é um domínio da SonyErickson e da sua série W(alkman). O iPhone terá junto destes últimos maiores probabilidades de sucesso em termos de relação qualidade-preço tendo a vantagem das funcionalidades de navegação web e vídeo aparentemente de melhor qualidade.

Tentar bater a Nokia é algo que duvido que a Apple seja capaz de fazer ou mesmo tentar (eu nunca trocaria o meu N70 pelo iPhone) porque os smartphones Nokia são destinados a quem faz deles um uso profissional, enquanto que o iPhone tem na vertente lúdica a sua principal arma. A SonyErickson e a Motorola são claramente os alvos que a Apple deve tentar “abater” já que são as marcas que operam dentro do nicho a que o iPhone se destina.


  1. Versuri

    Furou sua previsão camarada.

  1. 1 Relações Públicas

    Al Ries sobre o iPhone e a Convergência

    Já falei aqui sobre o livro de Al Ries. Hoje encontrei o site Ries Report através do blog Toma e Embrulha.
    Do que li do livro, Al Ries tem um visão muito interessante do marketing e das Relações Públicas. No entanto parece-me que exagera um pouc…




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